quarta-feira, 4 de agosto de 2010

TRANSILVÂNIA & DRÁCULA



Em 2001, o governo romeno iniciou o projeto de criação, na Transilvânia, onde fica o castelo do conde Drácula, de um parque de diversões que se chamará Draculândia. Do projeto participam empresas estrangeiras, entre as quais a Pullman e a Siemens.

Os principais pontos de atrações da Draculândia serão o "carrossel Drácula", uma montanha russa, uma casa do terror, uma casa dos espelhos e uma "estaca-jet".

Outras atrações do parque serão o Instituto Internacional de Vampirologia; uma miniexposição das construções e das zonas representativas da Romênia; o castelo do conde Drácula; um lago artificial; um jardim-labirinto; e, como não poderia deixar de ser, catacumbas...

A Draculândia terá ainda hotéis com acomodações para 700 hóspedes e será um parque totalmente ecológico.

O verdadeiro Drácula foi o voivoda - título dado aos príncipes da Valáquia, da Moldávia e outros países. Na cidade de Bran, encontra-se o castelo onde esteve preso o príncipe Vlad Tepes, o Empalador, que inspirou a criação do vampiro Drácula (significando também chefe do exército) Vlad Tepes, o Empalador - herói nacionalista e grande guerreiro -, que viveu no século XV e marcou significativamente a história do seu país. Ele reinou por três vezes (em 1448; de 1456 a 1462; e de 1476 a 1477) na Valáquia e lutou contra os turcos pela independência do seu país e do seu povo. Mas sua personalidade inspirou o escritor irlandês Bram Stoker que criou a assustadora história do vampiro Drácula que, aliás, não tem nada em comum com Vlad Tepes.


A HISTÓRIA DE DRÁCULA

A lenda do Conde Drácula nasceu nos territórios pertencentes à Romênia que, no passado, compreendeu os principados das Valáquia e da Moldávia. Na paisagem romena, entre florestas, campos e estepes, erguem-se os imponentes e sombrios Montes Cárpatos, com altitudes de mais de 2.000 metros, parte dos Alpes da Transilvânia.
A região, habitada desde o início da Era Cristã, recebeu sucessivas hordas de diferentes povos: godos, ávaros, húngaros, eslavos, tártaros, magiares. No século XIV, formaram-se os principados da Valáquia e da Moldávia, primeiro sinal de configuração do que viria a ser nação romena. Ocorreu que no século XV, os turcos invadiram aqueles territórios dando início a guerras violentas.

Foi neste cenário que, por volta de 1430, nasceu o primeiro Drácula, príncipe da Valáquia. Seu nome era Vlad, chamado Drakul - que significa dragão ou demônio - pela figura mitológica que ornava seu brasão de família.

Vlad levou uma vida de guerreiro bárbaro e é de se supor que tenha sido traumatizado desde a mais tenra idade. Ainda jovem, foi mantido prisioneiro pelos turcos e com eles presenciou e aprendeu métodos de tortura e a terrível execução por empalamento.

Em 1448, aos 18 anos, diplomático, conseguiu que seus inimigos o colocassem no trono da Valáquia. A pretexto de unificar o país e expulsar seus antigos captores e invasores, Vlad deu início a um reinado de campanhas bélicas pontuadas por chacinas sangrentas e torturas. A morte coletiva dos prisioneiros, por empalamento, tornou-se comum o que valeu ao soberano o apelido de Tepes ou "Empalador". Além disso, a ira de Vlad resultava em punições cruéis, dignas de uma mente sádica: cozinhar pessoas, queimá-las em fogueiras, esfolamento, mutilações.

A revolta inevitável das populações martirizadas e o interesse político da nobreza vizinha finalmente derrotou o tirano que foi capturado pelo rei Matias, da Hungria. Conta a lenda que, no cárcere, Vlad Drácula se divertia empalando pequenos animais que os guardas forneciam.

Em 1474, depois de 12 anos encarcerado, o Empalador recuperou a liberdade pela via da negociação política e voltou a ocupar o trono da Valáquia. Dois meses depois, morria, aos 45 anos, ferido durante mais uma batalha contra os turcos.
Sua cabeça foi cortada, conservada em mel e enviada ao sultão como troféu. Seu corpo, desapareceu em sepultura anônima.

DRAKUL: DE EMPALADOR SÁDICO A VAMPIRO

A relação entre o príncipe Vlad Tepes da Valáquia e o Conde Drácula foi estabelecida por supostos laços de família, forjados por uma espécie de sincretismo cultural popular que certamente inspirou o romancista Bram Stoker na construção do personagem que imortalizou a imagem do vampiro nobre linhagem, habitante de um castelo nos Montes Cárpatos. Ao guerreiro histórico misturaram-se as tradições mais antigas do povo romeno, superstições que refletem os terrores e a simplicidade religiosa dos camponeses.

Ali, acredita-se que pessoas excomungadas, malditas pela Igreja Ortodoxa Oriental, que domina a região, depois de mortos, transformam-se em cadáveres ambulantes, os moroi. Seriam também condenadas ao vampirismo as crianças fruto de relações proibidas, as crianças pagãs - não batizadas - e o sétimo filho de um sétimo filho. A fantasia romena criou ainda os strigoi, demônios em forma de pássaro que saem à noite em busca de carne e sangue humanos.

Processadas pela artes, lendas, história e tradição romenas resultaram no Drácula estilizado, estampado nos cartazes dos cinemas, fantasia do Dia das Bruxas. Era monstro, virou galã. O Drácula contemporâneo e globalizado é um produto em forma de imagem, símbolo do poder de tudo aquilo que, apesar de apavorante, é intensamente sedutor.

FONTE: http://www.consuladoromenia.com.br/turismo.php

terça-feira, 3 de agosto de 2010

TRECHO - A Morta Apaixonada


Escrito por Théophile Gautier (1811 - 1872), o conto francês "relata" a paixao entre um padre católico e sua amada... morta!

"Ela continuava encantadora e nela a morte parecia um artifício a mais. A palidez de suas faces, o rosa menos vivo de seus lábios, seus longos cílios abaixados e desenhando sua franja castanha sobre aquela brancura davam-lhe uma expressão de castidade melancólica e de sofrimento pensativo de um inexplicável poder de sedução; seus longos cabelos soltos, onde se encontravam ainda algumas florezinhas azuis, faziam um travesseiro para sua cabeça e protegiam com seus cachos a nudez de seus ombros; suas belas mãos, mais puras, mais diáfanas do que hóstias, estavam cruzadas numa atitude de piedoso repouso e tácita prece que corrigia o que poderiam ter tido de sedutor demais, mesmo na morte, a deliciosa curva e o brilho marfim de seus braços nus dos quais não haviam sido tirados os braceletes de pérolas".